Biofiltro

Basicamente, todo tipo de atividade produz algum resíduo, sejam atividades ligadas à mera subsistência biológica, sejam de produção, transformação ou industrialização. Muitas vezes, os subprodutos das atividades são potencialmente inofensivos, caso do Dióxido de Carbono, exalado por animais e por plantas (durante o período noturno). Outros problemas, predominantemente ligados a atividades industriais, incluem a geração de substâncias insalubres, poluentes, venenosas, eventualmente catastróficas. Num contexto industrial, como parte do aspecto de segurança ambiental, é legalmente exigível que qualquer indústria tenha pleno domínio do processo empregado, o que inclui o descarte seguro dos subprodutos e insumos usados ou gastos, sob risco de crime de responsabilidade. A responsabilização vem sendo expandida, com a exigência de os fabricantes capacitarem-se para a reabsorção dos produtos comercializados, ao término da vida útil ou da perda de vigência, obsolescência, etc..

Aplicações dos biofiltros

Variando não apenas em concepção, como nas dimensões e na estrutura, os biofiltros visam neutralizar compostos tóxicos e potencialmente perigosos, usando no processo ambientes propícios para as reações necessárias, contendo microorganismos, que não apenas sobrevivem a essas substâncias, mas são capazes de fragmentar suas estruturas moleculares, tornando-as inofensivas ao ambiente. O tratamento pode abranger desde gases mortais, caso do Gás Sulfídrico, passando por neutralização de suspensões de sólidos em líquidos, chegando ao ponto de isolar metais pesados em fluidos oriundos de processos de curtumes ou galvanoplastia. Também inclui tratamento de esgoto sanitário (proveniente de instalações domésticas) para reuso em agricultura, tratamento de águas residuais, e remoção de Cromo hexavalente, para citar algumas.

Toxicidade

Substâncias tóxicas sempre existiram, mas, se a população humana, há milhares de anos, era escassa, o número de incidentes também era raro, mas também incompreensível e misterioso. Embora a humanidade tivesse a tendência ao assentamento gregário, os problemas de tratamento de esgotos é relativamente recente, manifestando-se à medida que o índice de sobrevida dos humanos vinha crescendo, no último milênio, iniciando os prenúncios da superpopulação. O problema de tratamento sanitário nunca chegou a ser premente como nos últimos séculos, ao ponto de existir nesta data a necessidade de tratar diariamente, nas megalópoles, milhares de metros cúbicos de dejetos. São números suficientemente grandes para se imaginar o porte do impacto ambiental, caso sejam simplesmente despejados num ecossistema.

Metais pesados

Presentes nos organismos animais em quantidades suficientes para receber a denominação de oligoelementos (elementos raros), metais pesados como o Ferro ou o Cromo, ao superar concentrações estimadas em 1.000% das desejáveis, ultrapassam o limite de toxicidade, tornando-se nocivos, venenosos, eventualmente carcinógenos.

Volumes de produção

A curtição de couro é uma arte milenar, pode-se portanto afirmar que a poluição proveniente desta atividade existe há muito. O que muda, nesta época, é a quantidade: bilhões de pessoas usam calçados, cintos, bolsas, carteiras, etc., tudo produzido em couro curtido. Muitas pessoas têm mais de um par ou mais de um item dos descritos acima, e, definitivamente, trezentos anos atrás, a humanidade não era contada aos bilhões. É o que diferencia a atualidade dos séculos  anteriores. Isto vale também para a produção industrial: um processo que se torne economicamente viável, caso inclua algum ciclo que utilize ou produza substâncias poluentes, pode vir a se repetir centenas de milhares de vezes. A geração de volumes de substâncias com impacto potencial sobre o ambiente tende a resultar devastadora. Não é uma surpresa o número de entidades, oficiais e extraoficiais, mantendo marcação cerrada sobre as atividades poluentes.